quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cadeira 66 - Orpha, a sogra magnânima


O Dr. Venâncio explanando sobre os requisitos exigidos aos candidatos à AELA/MS.

Cadeira 66 - Orpha, a sogra magnânima

A história de Orpha está ligada diretamente à boa parte da vida de sua sogra Noemi e de sua amiga Rute (também nora de Noemi). Rute foi uma antepassada de Davi e de Jesus Cristo (Mateus 1.5). Orpha e Rute eram moabitas. A primeira era casada com Malon, e a segunda com Quiliom, filhos de Noemi e Abimeleque. Porém, esses três homens vieram a morrer, ficando as três mulheres viúvas e sem filhos. Assim, Noemi resolveu voltar para a sua terra natal: Belém, de Judá. Em princípio, suas noras resolveram acompanhá-la. Em certo ponto da viagem, Noemi instou com as duas para que voltassem para a casa de seus pais e se cassassem novamente, em Moabe. Mas, as outras duas mulheres persistiram em responder a Noemi que não voltariam para Moabe (Rute 1.8-10).
Voltando a conversar com as outras duas mulheres, Noemi argumentou que, se elas permanecessem em sua companhia, poderia significar para elas duas uma vida de viuvez na terra de Judá, uma vez que ela (Noemi) tinha poucas probabilidades de casar-se de novo e também de ter outros filhos. Dessa forma, ela jamais poderia garantir às suas noras o Casamento Levirato. Ela estava certa de que, mesmo se ela viesse a casar-se novamente, e a ter filhos, suas noras Rute e Orpha não desejariam esperar até que tais filhos crescessem e pudessem realizar o Casamento Levirato com elas. Após essa conversa, Orpha resolveu deixar a companhia das duas e voltar para a sua terra. Depois de muito choro, Orpha despediu-se de Noemi e de Rute, e voltou para Moabe (Rute 1.3-15). Em Moabe Orpha veio a casar-se novamente, teve vários filhos e foi uma sogra magnânima.
A terra de Moabe também era conhecida como “Campos de Moabe”. Nela residiam os descendentes do filho de Ló (Moabe) com sua filha mais velha, depois que o patriarca Ló deixou a terra de Zoar e passou a residir numa caverna, com suas duas filhas. A filha caçula de Ló também gerou um filho dele, a quem deu o nome de Amom. Assim, Moabe e Amom eram filhos incestuosos, de Ló com suas filhas.
O território de Moabe estendia-se do vale da torrente do Zerede, ao sul, até o vale da torrento do Árnon, ao norte. Limitava-se a leste com o deserto arábico e a oeste com o Mar Morto. Era uma terra fértil, propícia para criação de rebanhos, cultivo de cereais e plantações de vinhedos e pomares. Tinha um diâmetro de 50 km de extensão. Era habitado pelos moabitas (descendentes de Moabe). Pelo fato de serem descendentes de Ló (o sobrinho de Abraão), os moabitas eram parentes dos isrelitas (descendente de Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão).
No entanto, com o tempo, os moabitas tornaram-se inimigos de Israel. Ocorreram muitas batalhas entre as duas nações. E, assim como a maioria das nações que foram inimigas de Israel, Moabe acabou deixando de existir (Jeremias 48.42). As ruínas do que foi Moabe são pequenos vilarejos conhecidos como: Nebo, Hésbon, Aroer, Bete-gamul, e Baal-Moen. Estes vilarejos em nada representam aquela terra majestosa dos tempos bíblicos.
A história de Moabe (o filho de Ló com uma de suas filhas) teve origem quando  Ló partiu de Zoar e começou a morar numa caverna na região montanhosa. Os ex-futuros genros de Ló haviam morrido em Sodoma, de modo que suas filhas continuavam solteiras e virgens. Estão elas fizeram com que seu pai (sem que ele tivesse a noção exata do que estava fazendo) mantivesse relações sexuais com elas, enquanto estava sob o efeito do vinho, com o qual elas o haviam embebedado. Elas fizeram isso para preservar a descendência de seu pai. Como resultado disso, cada uma delas teve um filho. A filha mais velha de Ló deu o nome de Moabe ao seu filho. E, a filha mais nova deu ao seu filho o nome de Amom Benamí. Foram eles os ancestrais dos moabitas e dos amonitas, respectivamente (Gênesis 19.30-38; Deuteronômio 2.9,19).
Posteriormente, Jesus Cristo referendou a veracidade da história de Ló. Ele mostrou que “nos dias do Filho do Homem”, ou durante a Sua presença na face da terra, haveria circunstâncias semelhantes aos dos dias de Ló, quando as pessoas despreocupadamente comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e construíam, até que choveu do céu fogo e enxofre, destruindo a todas elas. Cristo mostrou que nesse tempo futuro, as pessoas não deviam retornar às coisas deixadas para trás. E, ELE deu um notável exemplo para mostrar as funestas conseqüências de se fazer isso, ao dizer: “__Lembrai-vos da mulher de Ló!” (Lucas 17.26-32).


Dr. Venâncio Josiel dos Santos – Presidente da AELA/MS